Doença celíaca - siga 8 cuidados além da restrição ao glúten

Encontrei essa matéria muito legal  no site Minha Vida, falando de 8 cuidados que os celíacos devem tomar, além da restrição ao glúten.

http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/15167-doenca-celiaca-siga-oito-cuidados-alem-da-restricao-ao-gluten

Matéria publicada por Letícia Gonçalves

Câncer e diabetes

"Quando a pessoa tem doença celíaca, o organismo reage ao glúten formando substâncias nocivas que atrofiam a mucosa intestinal", explica o gastroenterologista Eduardo Berger, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos. Se a pessoa continuar a ingerir glúten, essa atrofia ganha tanta intensidade que pode prejudicar diversas outras funções do organismo e favorecer a ocorrência de outras doenças, como câncer, diabetes e problemas na tireoide.

"O paciente que não segue a restrição ao glúten tem três vezes mais chances de desenvolver Linfoma não-Hodgkin, câncer que afeta o sistema linfático", afirma Vera Lúcia Sdepanian. Os riscos de câncer de intestino são ainda maiores. Portanto, é importante consultar o médico sobre a necessidade de realizar colonoscopia e outros exames que possam detectar neoplasias.
Casal com problemas para engravidar - Foto: Getty Images

Infertilidade

A relação entre doença celíaca e infertilidade é comprovada por estudos. "Ainda não se sabe a causa direta disso, mas acreditamos que possa ser a ação das citocinas - substâncias químicas que podem lesionar as células - ou a falta de absorção de ácido fólico", afirma a gastroenterologista Vera Lúcia. Se a pessoa realmente excluir o glúten da dieta, não terá problemas de fertilidade. Se houver deslizes, entretanto, é importante consultar um médico para realização de exames.  
Médico examinando exame - Foto: Getty Images

Osteoporose

Vera Lúcia Sdepanian explica que a perda de massa óssea não ocorre somente pela dificuldade de absorção de cálcio. "As citocinas, que são produzidas no intestino como resposta imunológica ao glúten, podem agir nos ossos fazendo com que eles percam mais massa óssea do que produzam", explica a gastroenterologista da Unifesp. Por isso, tanto pessoas que demoraram muito para descobrir que tem doença celíaca quanto pacientes que não restringem o glúten precisam ficar atentos à ocorrência de osteoporose.
Carne e folhas escuras - Foto: Getty Images

Anemia ferropriva

Quanto o intestino está atrofiado pelas substâncias químicas que reagem ao glúten, tem dificuldade de absorver nutrientes, incluindo ferro, podendo desencadear uma anemia. "O combate a esse problema tem que ser feito com a exclusão do glúten e com uma alimentação equilibrada e rica nesses nutrientes que faltam ao organismo, como carne vermelha e folhas escuras", afirma o gastroenterologista Celso Mirra, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia.  
Verduras e frutas são fontes de nutrientes - Foto: Getty Images

Falta de nutrientes

Além de cálcio, vitamina B12 e ferro, o intestino de quem tem doença celíaca e consome glúten pode ter dificuldade de absorver diversos outros nutrientes importantes, como vitamina D e K. ?Essas deficiências podem causar anemia macrocítica (deficiência da vitamina B12 e de ácido fólico), déficit de fixação de cálcio e problemas de coagulação no sangue, entre outras complicações?, alerta Celso Mirra. Em alguns casos, o gastroenterologista Eduardo comenta que é preciso entrar com suplementação além da restrição ao glúten em pessoas que demoraram a ser diagnosticadas. 
Copo de leite - Foto: Getty Images

Intolerância à lactose

De acordo com o nutrólogo Andrea Bottoni, coordenador da equipe de nutrologia do Hospital Vila Lobos, se o intestino estiver muito afetado pela reação ao glúten pode desenvolver aos poucos uma intolerância à lactose. Isso agrava os sintomas da doença celíaca, como flatulência e diarreia. "Para tratar, é preciso excluir tanto a lactose quando o glúten da dieta em um primeiro momento, podendo voltar a ingerir a lactose após a mucosa intestinal se recuperar", explica o médico.  
Mulher na farmácia verificando medicamento - Foto: Getty Images

Cuidado com medicamentos

"Há uma lei desde 2003 para que todos os medicamentos que possuem glúten apresentem no rótulo o alerta para quem tem doença celíaca", afirma a gastroenterologista Vera Lúcia. Ela explica que o glúten pode estar presente no excipiente do remédio, ou seja, na parte que ajuda dar massa ou volume à medicação. "Apesar de serem poucos os medicamentos que possuem glúten, é preciso ficar sempre de olho nos rótulos antes de ingeri-los", recomenda a especialista. 
Mulher segurando amostra de sangue para exame - Foto: Getty Images

Exames periódicos

Celso Mirra conta que é preciso fazer - pelo menos uma vez por ano - uma consulta ao médico para realizar exames rotineiros e testes sanguíneos específicos da doença celíaca. "Quando o quadro clínico e laboratorial estiver normalizado, em geral após dois anos, serão feitos os exames de endoscopia e biópsia duodenal", comenta.

O médico da Sociedade Brasileira de Gastrenterologia também recomenda o acompanhamento constante de um nutricionista e, se necessário, um psicólogo para ajudar a seguir a restrição total de glúten. "Esse tratamento rigoroso é fundamental para evitar que a doença se torne muito grave e cause as mais diversas complicações", adverte.


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